quinta-feira, 30 de novembro de 2023

DANDO UM TEMPO!


Mais uma vez vou precisar parar com a atualização do blog, que já não era a desejada, mas tentávamos levar aos trancos e barrancos. 
Volto qualquer hora dessas!
Grato pela paciência em acompanhar o blog.


sábado, 25 de novembro de 2023

BOTAFOGUENSES ANÔNIMOS: Caznok


João Caznok Filho nasceu em Capinzal (SC), no dia 20 de novembro de 1930.
Neto de italianos e bisneto de poloneses, ainda jovem, partiu com sua família para o Paraná, de onde era o seu pai.
Em Curitiba (PR), iniciou sua carreira de jogador de futebol, quando ingressou no quadro de juvenis do Ferroviário. Galgando rapidamente as divisões superiores, no ano seguinte disputou algumas partidas no time de profissionais, conseguindo, somente em 1949, efetivar-se em definitivo.
Antes de deixar o Ferroviário, colecionou títulos no futebol paranaense, tornando-se campeão nos anos de 1948, 1950 e 1953. Em 1950, também conseguiu sagrar-se vice-campeão brasileiro universitário com a Seleção do Paraná.
Pelo seu físico (1,82 m de altura e 74 kg de peso) e por sua maneira de jogar, quando chegou ao Botafogo chegaram a dizer que se tratava do novo Vinícius (jogador que havia se transferido para o futebol italiano).
E as expectativas em torno dele quase foram confirmadas em sua estreia. No dia 1º de outubro de 1955, no Maracanã, válido pelo Campeonato Carioca, o Botafogo venceu o Bangu, por 4 x 3, com dois gols marcados por Caznok. O Botafogo formou com Edgard, Gerson dos Santos e Nilton Santos; Orlando Maia, Bob e Pampolini; Garrincha, Gato, Casnok, Paulinho Omena e João Carlos. Técnico: Zezé Moreira.
Todavia, não atendeu às expectativas que cercaram sua transferência, jogando poucas vezes, sendo sua última participação em 11 de janeiro de 1956, num amistoso que o time misto do Botafogo disputou em Barra Mansa (RJ), vencendo o clube do mesmo nome, por 4 x 1. Em sua despedida, marcou dois gols.
Continuou com o passe preso ao Botafogo, mas tendo em vista que a delegação do Botafogo se encontrava na Europa, aproveitou que os profissionais que permaneceram no Brasil estavam sem atividades e foi até São Paulo, treinar no Palmeiras.
Já no treino do dia 13 de abril de 1956, titulares e reservas do Palmeiras empataram em 2 x 2, com Caznok marcando um dos gols dos suplentes.

Contando com a indispensável permissão do Botafogo, Caznok foi inscrito pelo Palmeiras para a disputa do Torneio "Roberto Gomes Pedrosa", mas não disputou partidas por esta competição.
Disputou apenas dois amistosos pela equipe do Palmeiras: a primeira, em 22 de abril de 1956, no empate em 2 x 2 com o Barretos, e a segunda, em 3 de maio de 1956, quando seu time foi goleado pelo Sport Recife, por 4 x 1. Na véspera, no treino, Caznok marcou dois gols na vitória dos titulares sobre os reservas, por 6 x 1.
Em 1º de maio de 1956, Caznok teve suspenso seu contrato com o Botafogo. Em 26 de setembro de 1956 o Tribunal de Justiça Desportiva o indiciou por infração de ordem contratual.
Mas Caznok tinha outros planos além de jogar futebol. Formado em Engenharia Civil e já sendo um dos sócios de uma firma comercial, retornou para Criciúma, levado pelo empresário Álvaro Catão, para jogar no Atlético Operário.
Logo depois, foi trabalhar no Grupo Freitas, já que tinha grande simpatia do empresário Diomício Freitas. Logo foi aproveitado no Metropol, à época gerido pelos Freitas, assumindo o time a um mês da excursão à Europa, após demissão de Ivo Andrade e interinidade de Mendes Ribeiro na função.
Caznok foi o técnico que conduziu o Esporte Clube Metropol em inédita e vitoriosa excursão à Europa, de 27 de abril a 30 de julho de 1962 (23 jogos, 13 vitórias, seis empates e quatro derrotas). Treinou, também, o Criciúma, logo após a transição do Comerciário.
Foi candidato a Vereador pela União Democrática Nacional, fechando a disputa na primeira suplência. Tentou cargos eletivos outras vezes, sem sucesso. Passou pelo Comerciário em meados dos anos 70 e, logo após a transformação para Criciúma Esporte Clube, comandou também o time em 1978.
Recebeu da Câmara de Vereadores o título honorífico de cidadão honorário.
Faleceu no dia 28 de abril de 2016, em Criciúma (SC).

Colaboração: Eduardo Tonon Narciso da Rocha, de Criciúma (SC).

Fontes: A Gazeta Esportiva, Almanaque do Palmeiras, Histórias Que a Bola Esqueceu e Revista do Esporte.

Fotos: Revista do Esporte e Sport Ilustrado.

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

OS PRIMEIROS UNIFORMES DO BOTAFOGO





Quando o Botafogo disputou o seu primeiro jogo regular, no dia 2 de outubro de 1904, enfrentando o Football and Athletic Club, no campo deste, seu uniforme era camisas de malha branca e calções brancos.
Itamar Tavares, um dos fundadores do Botafogo, sustentava que o Botafogo era o resultado da fusão do Ideal (clube que fundara) e do Electro Club.
Dizia que a camisa alvinegra do Ideal era imitação da do Juventus, de Turim (Itália).
Uma assembleia realizada em 1º de julho de 1905 aprovou o projeto apresentado por Morales de los Rios, depois notável arquiteto, da comissão de uniforme, que criou a camiseta alvinegra, de listas verticais, que, dias após, o Presidente Joaquim Antônio de Souza Ribeiro encomendou da Inglaterra e também os calções brancos, o lenço preto para a cintura e os casquetes alvinegros.
A 8 de maio de 1906, Alfredo Chaves participa a chegada do material encomendado na Inglaterra, à Benetfink & Co., de Londres, o que permitiria ao Botafogo estrear suas belas jaquetas, tipo blusão, de listras alvinegras, com lindos botões sobre a listra central, bem como as magníficas faixas de sede preta e as casquetes também alvinegras.

Fonte: O Futebol no Botafogo (1904-1950).



sábado, 4 de novembro de 2023

O BOTAFOGO DE TODOS OS TEMPOS



Em sua edição de nº 652, de 19 de novembro de 1982, a revista Placar efetuou uma pesquisa junto a jornalistas, dirigentes, jogadores e torcedores para ser escolhido o Botafogo de Todos os Tempos.
Votaram: Armando Nogueira (na época com 55 anos), Oldemário Touguinhó (46), Luís Mendes (58), João Saldanha (62), Luís Carlos Melo (40), Sandro Moreyra (58), Geraldo Romualdo da Silva (63), Haroldo Habib (42), Waldir Amaral (55), Luís Roberto Porto (42), Osvaldo Sargentelli (58), Agnaldo Timóteo (46), Álvaro Brito de Rezende (56), Fair Mateus de Moura (41), Régis Cardoso (48), Otávio Pinto Guimarães (60), Ignácio Ferreira (48), Jerônimo Bastos (79), Abílio Briglia Habib (66) e Eudes Fontes (70), Nilton Santos (56), Juca Mello Machado (51), Althemar Dutra de Castilho (68), Paulo Amaral (59), Charles Borer (52), Zeferino Xisto Toniato (60), Lídio Toledo (50), Édson Bentes (46), Emmanuel Sodré Viveiros de Castro (Maninho) (62) e Egídio Landolfi (Paraguaio) (54).
Os dois únicos jogadores que receberam os 30 votos foram Garrincha e Nilton Santos.
Apresentamos, abaixo, os votados, o mais próximo possível de suas verdadeiras posições, no sistema 4-2-4, lembrando que muitos dos votantes modificaram o posicionamento dos jogadores. Por exemplo: houve jogador que apareceu como quarto-zagueiro e como lateral-esquerdo; jogador como zagueiro-central e como quarto-zagueiro; no meio-de-campo também a mudança de posição foi uma constante; idem, no ataque, onde muitos não se preocuparam, por exemplo, em colocar dois centro-avantes no ataque.


GOLEIRO:
Manga, 24 votos; Vítor, 5 e Osvaldo Baliza, 1.


LATERAL-DIREITO:
Carlos Alberto Torres, 21; Zezé Procópio, 5; Rubinho, 1; Zezé Moreira, 1 e Perivaldo, 1


ZAGUEIRO-CENTRAL:
Basso, 14; Brito, 8; Gerson dos Santos, 4 e Couto, 1.


QUARTO-ZAGUEIRO:
Leônidas, 18; Nariz, 3 e Alemão, 1.


MÉDIO-VOLANTE:
Didi, 29; Martim Silveira, 4; Ávila, 2 e Pampolini, 1.


LATERAL-ESQUERDO:
Nilton Santos, 30; Marinho Chagas, 4; Canalli, 3; Rildo, 3; Juvenal, 2 e Pamplona, 1.


PONTEIRO-DIREITO:
Garrincha, 30


MEIA-DIREITA
Gérson, 27; Geninho, 5; Nei Conceição, 1 e Afonsinho, 1.


CENTRO-AVANTE:
Heleno de Freitas, 18; Roberto Miranda, 4; Quarentinha, 4; Leônidas da Silva, 2; Carvalho Leite, 2; Paulo Valentim, 1 e Pirilo, 1.


MEIA-ESQUERDA:
Jairzinho, 10; Amarildo, 9; Nilo, 4; Mimi Sodré, 1 e Paulo Tovar, 1.


PONTEIRO-ESQUERDO:
Zagalo, 11; Patesko, 9 e Braguinha, 2.


terça-feira, 31 de outubro de 2023

PERSONALIDADES ALVINEGRAS: Alceu Mendes de Oliveira Castro


O primeiro e maior historiador do Botafogo, Alceu Mendes de Oliveira Castro, nasceu no Rio de Janeiro (RJ), mais precisamente na rua São Clemente, no bairro de Botafogo, em 13 de agosto de 1906.
Aos nove anos de idade abandonou a coleção de selos e interessou-se pelo futebol, passando a colecionar recortes de jornais e revistas referentes ao Botafogo, que, apesar da idade, passou a selecionar cuidadosamente.
Nasceu daí o formidável arquivo que manteve durante anos, enriquecido por suas notas pessoais, tomadas em todos os jogos que assistia. Aos poucos, seu arquivo foi crescendo e se aprimorando: cadernos, com as descrições de todos os jogos e fotos referentes ao Botafogo, álbuns de fotografias, coleção completa e encadernada da revista “Vida Sportiva” (1917-1922), além de suas anotações pessoais, completando organizações de quadros e marcadores de gols.
Em 1922 Alceu passou a sócio-contribuinte e em 1929 a membro do Conselho Deliberativo e a diretor do clube, sendo chamado a exercer o cargo de 1º Secretário, cargo que ocupou até 31 de dezembro de 1930.
Pouco antes, em 8 de setembro de 1930, casou-se com Zaidie Frias. Em janeiro de 1933, no mesmo cargo de 1º Secretário, voltou a trabalhar com Paulo Azeredo, o “Presidente de Ouro” e conheceu dias terríveis da cisão esportiva, provocada pela implantação do profissionalismo.
Nos intervalos da luta, fez uma descoberta preciosa: seu amigo Horácio Machado arrecadara na sede velha, situada sob as arquibancadas, uns baús semi-inutilizados por uma inundação. Neles encontrou o que tanto procurava: dados referentes à vida do clube de 1904 a 1915.
Foi uma lástima o dano provocado pela enchente, pois Alceu verificou que era bem organizado o antigo arquivo do clube, com registros de jogos em pequenos livros apropriados, com organizações de quadros e artilheiros. Copiou o que se salvou e melhorou consideravelmente o seu arquivo, que, ainda assim, no referido período, ficou cheio de omissões.
Em agosto de 1935, cansado e também sucumbido com o advento do profissionalismo, pois que era um amadorista absolutamente sincero, deixou espontaneamente a diretoria do clube, renunciado em plena sessão.
Firmemente disposto a abandonar o esporte, Alceu passou a frequentar menos o clube e recusou vários convites para voltar à administração. Por força do velho hábito da infância, entretanto, manteve sempre em dia o seu arquivo botafoguense, embora empobrecido no que concerne aos jogos das divisões inferiores, tão pouco noticiados na imprensa.
No começo de 1945, quando menos esperava, recebeu um convite que não pôde recusar: Alfredo d’Escragnolle Taunay, então Diretor de Propaganda do clube e que, como tal dirigia o Boletim, sabendo da existência de seu arquivo, pediu-lhe para escrever crônicas na revista mensal botafoguense sobre o passado do Botafogo.
Com súbito entusiasmo, pôs mãos à obra.
Seus artigos agradaram a muitos dos veteranos, que reviveram suas façanhas de outrora e que descreveu com a maior fidelidade. Foi um grande estímulo a escrever a vida do Botafogo. Revendo seu arquivo, faltava muita coisa ainda do período entre 1904 e 1915.
A partir de maio de 1945, passou a frequentar a Biblioteca Nacional, folheando, em suas horas de folga, as coleções dos jornais “Correio da Manhã”, “Jornal do Commercio”, “O Paiz” e “O Imparcial”, dentre outros.
Com enorme satisfação colheu dados completos sobre os campeonatos cariocas de 1910 e 1911, mas, quantos aos outros anos, encontrou muitas falhas: a imprensa da época limitava-se a dar o resultado de um jogo quando este se realizava em um mesmo dia de uma grande partida.
Em abril de 1947, surgiu a indicação inestimável de que os arquivos da Liga Metropolitana de Sports Athleticos achava-se depositado na CBD – Confederação Brasileira de Desportos.
Não hesitou um minuto e pediu socorro ao seu amigo Rivadávia Corrêa Meyer, Presidente da CBD e botafoguense como ele, para que autorizasse a consulta ao precioso arquivo, no que foi prontamente atendido.
Compareceu por três dias à sede da CBD e, em seis horas, copiou todas as súmulas da velha Metropolitana. Aumentou extraordinariamente o seu material, confrontando os dados novos com os que já possuía e ficou apto a escrever a grande obra sobre o Botafogo.
Em janeiro de 1948, convidado por seu amigo de todos os tempos Carlos Martins da Rocha, assumiu o cargo de diretor do Departamento de Comunicações e, com o velho entusiasmo, dedicou-se de corpo e alma ao Botafogo.
Na Secretaria reexaminou todo o arquivo do clube, extraindo notas preciosas de seus livros de atas de sessões de diretorias, assembleia geral e conselho deliberativo, relendo os antigos copiadores de ofícios e todos os relatórios, ficando, assim, senhor de impressionante material.
Num domingo em sua casa, 24 de abril de 1949, para ocupar o tempo, começou a redigir o primeiro capítulo da maior obra até hoje editada sobre o clube (O Futebol no Botafogo 1904-1950) e o entusiasmo apossou-se dele.
E, em seis meses, auxiliado pela boa memória que o conduzia diretamente às fontes, com relativa facilidade, frutificou o trabalho de trinta e quatro anos.
Foram perto de 1.400 páginas manuscritas em papel almaço, que três grandes amigos tiveram a espontaneidade e a paciência de datilografar em suas horas de folga: Horácio Machado, o veterano e exemplar chefe da Secretaria do Botafogo, sua dedicada e prestimosa auxiliar Maria Magdalena Pinto Rollo e a abnegada desportista Romacild Maria Roma, diretora do Departamento Feminino do clube.
No intervalo, decidiu diminuir as omissões relativas aos marcadores de gols e voltou à Biblioteca Nacional, sendo quase totalmente feliz, pois que examinou as coleções de “Gazeta de Notícias”, de 1906 a 1915, o melhor jornal desse período para descrição de jogos. Colheu dados impressionantes, que somente sua paciência fez pesquisar e que tudo indicava fossem inexistentes, como, por exemplo, os autores dos célebres 24 gols contra o Mangueira, em 1909, e referências apreciáveis ao caótico e quase esquecido campeonato de 1912, da Associação de Football do Rio de Janeiro, disputado pelo clube quando se achava separado da Metropolitana.
Alceu sempre deixou claro que redigiu “O FUTEBOL NO BOTAFOGO” na qualidade que mais prezava: na de simples torcedor do Botafogo e não na que ocupava na época, de seu diretor, nem na qualidade de sócio benemérito – título que lhe foi outorgado pelo Conselho Deliberativo, por proposta do Presidente Carlito Rocha, em sessão de 21 de novembro de 1949.
Era Diretor do Departamento de Comunicação do Botafogo quando faleceu, em 5 de outubro de 1962, no Rio de Janeiro.
O féretro saiu da sede do Botafogo de Futebol e Regatas, à avenida Wenceslau Braz, nº 72, para o cemitério de São João Batista.
No dia 7 de outubro de 1962, em General Severiano, o Botafogo venceu o Bonsucesso por 4 x 1. Os jogadores do Botafogo atuaram de luto, com braçadeiras negras pela morte de Alceu.
A Associação dos Cronistas Desportivas do Rio de Janeiro – ACD instituiu a Taça “Alceu Mendes de Oliveira Castro” para ser entregue a um dos finalistas do Torneio Início do Campeonato Carioca disputado em 23 de outubro de 1963. O Botafogo sagrou-se tricampeão do Torneio Início.
Alceu Mendes de Oliveira Castro também era advogado e em 1961 escreveu um outro livro: “Seleções Brasileiras Através dos Tempos de 1914 a 1960”, em parceria com José Carneiro Felipe Filho.




sábado, 28 de outubro de 2023

AS DECISÕES: Campeonato Carioca de 1997



Dirigido por Joel Santana, o Botafogo conquistou o conturbado Campeonato Carioca de 1997. Conturbado, por causa de uma série de recursos e liminares, principalmente por parte do Vasco da Gama, que contava com o apoio de Eduardo Vianna, presidente da FERJ. Tendo sempre à frente o polêmico dirigente Eurico Miranda, o Vasco da Gama conseguiu paralisar o campeonato, em virtude de haver cedido quatro jogadores à seleção brasileira. Botafogo, Flamengo e Fluminense não concordaram. A bagunça foi tanta que o Flamengo se recusou a entrar em campo para jogar contra o Americano e o Vasco da Gama e perdeu seus jogos por WO.
Durante a competição, o Botafogo completou 13 vitórias em 13 jogos, superando o recorde que era do Vasco da Gama, estabelecido em 1968, com 10 vitórias em 10 jogos. Além disso, manteve uma invencibilidade de 22 jogos em 105 dias e, ainda, venceu dois dos três turnos do campeonato.
Outros dois fatos dignos de registro ocorreram nesta competição. O primeiro deles na noite de 26 de março, quando o Botafogo venceu o Flamengo com um time de reservas. O rubro-negro estava com sua formação máxima: Romário, Sávio e companhia, mas o resultado foi 1 x 0 para o Botafogo, com gol marcado por Renato. Um resultado difícil de ser esquecido, em função da rivalidade entre as duas torcidas.
O segundo se deu na primeira partida da final contra o Vasco da Gama, no dia 5 de julho, que o time cruzmaltino venceu por 1 x 0. Num determinado momento do jogo, o atacante Edmundo parou a bola na linha de fundo diante do zagueiro Gonçalves e, em tom de deboche e falta de respeito profissional, rebolou na frente do companheiro. O fato causou revolta e desejo de vingança entre os alvinegros.
E a vingança não tardou. Três dias depois, na segunda partida da final, irritados com a atitude de Edmundo, os jogadores alvinegros se desdobraram na partida. Venceram com um gol de Dimba e conquistaram o título. Ao apito final, todos os jogadores alvinegros correram em direção à torcida cruzmaltina e rebolaram. O Botafogo era o campeão estadual e estava vingado.
Com a manchete “Botafogo rebola por último”, o Jornal do Brasil destaca em suas linhas:
“Quem rebola por último, rebola melhor. Quer dizer, quem rebola por último, tem mais chances de fazer a festa. E foi exatamente isso que o Botafogo fez, ao derrotar o Vasco da Gama por 1 x 0 (gol de Dimba, aos 33 minutos do segundo tempo) e garantir o título de campeão estadual de 1997, quebrando um jejum que vinha desde 1990. A conquista, no fim das contas, serve de prêmio à equipe que foi mais regular durante toda a competição, tendo vencido os dois primeiros turnos e permanecido por mais de 20 jogos invicta.
No fim da partida, nada mais justo do que uma forra contra a irônica dança feita por Edmundo na primeira partida da final. A reboladinha coletiva lavou a alma dos botafoguenses e calou de vez os vascaínos que viram seu time ficar muito perto da vitória e acabaram tristes.
No primeiro tempo, enquanto o time de Joel Santana se mostrava totalmente intranquilo, apelando para faltas até desleais, Edmundo, Juninho e Ramón comandavam a equipe que parecia saber o que desejava.
Uma grande defesa de Wagner e o que era impressão passou a ser quase certeza: “o gol é questão de tempo”, pensaram os vascaínos.
Outra grande defesa de Wagner e a quase certeza passou a ser temor, afinal, quando um grande goleiro começa a fechar o gol... E foi isso que aconteceu.
O Vasco da Gama perdeu o tempo, o impacto e os primeiros 45 minutos se arrastaram até o apito final do bom árbitro Sidrack Marinho dos Santos.
No segundo tempo, o Botafogo decidiu adotar uma postura mais ofensiva, ou melhor, mais de jogo. O que era só-deixar-o-tempo-passar foi trocado por um-pouco-mais-de-disposição.
Só que o Vasco da Gama continuava mais ligado na partida – embora continuasse sem marcar.
Aos 30 minutos, os dois times pareciam estar satisfeitos com o empate, que levaria a final ao terceiro jogo. Pareciam. Uma jogada monumental de Dimba, até aquele momento certamente um dos piores homens em campo, acabou resultado no gol do título. Uma bomba indefensável estabeleceu no placar a superioridade mínima que, se era pouco verdadeira para o que foi exibido nesse jogo, retratava com alguma fidelidade todo o bom desempenho do Botafogo ao longo da competição.
Os doze últimos minutos de jogo – e do Estadual – foram, como era de se esperar, de sofrimento. O Vasco da Gama precisava de pelo menos um gol para adiar a decisão. O Botafogo contava segundos para ficar com seu título. Talvez até inconscientemente os jogadores do Vasco da Gama diminuíram seu ritmo. Um reconhecimento ao melhor desempenho do rival em toda a competição.
Chutões, bola para qualquer lado, valia tudo para o tempo passar. Encerrada a partida, os jogadores do Botafogo correram em direção à torcida do Vasco da Gama. De costas para a galera adversária, acompanhados por torcedores, rebolaram. Como Edmundo fizera no sábado. Ontem, porém, com o título nas mãos...
Assim jogaram as equipes:
BOTAFOGO – Wagner, Wilson Goiano, Jorge Luís, Gonçalves e Jefferson; Marcelinho Paulista (França), Pingo, Djair e Aílton (Marcelo Alves); Bentinho e Dimba (Robson). Técnico: Joel Santana.
VASCO DA GAMA: Caetano, Pimentel, Moisés, Alex e Felipe; Luisinho, Fabrício, Juninho (Luís Cláudio) e Ramon (Brener); Edmundo e Pedrinho. Técnico: Antônio Lopes.
Como dissemos, o árbitro foi Sidrack Marinho dos Santos. O público foi de 16.854 pagantes, que proporcionaram a renda de R$ 248.370,00.

Fontes: Jornal do Brasil e Botafogo de Futebol e Regatas Histórias, Conquistas e Glórias no Futebol, de Antônio Carlos Napoleão.


quarta-feira, 25 de outubro de 2023

O BOTAFOGO NO CAMPEONATO CARIOCA DE 1970


Jairzinho
BOTAFOGO 0 x 0 FLUMINENSE
Rodada dupla com Bonsucesso x Portuguesa
Data: 05/07/1970
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Armando Marques
Público e renda: 60.539 / Cr$ 262.120,00
BOTAFOGO: Cao, Moreira, Moisés, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha, Roberto, Jairzinho e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
FLUMINENSE: Félix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antônio; Denilson e Didi; Cafuringa (Wilton), Flávio, Jair (Mickey) e Lula.

BOTAFOGO 5 x 2 PORTUGUESA
Rodada dupla com Flamengo x São Cristóvão
Data: 09/07/1970
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Antônio Viug
Renda: Cr$ 21.399,00
Gols: Jairzinho (4) e Careca / Miguel (2)
BOTAFOGO: Cao, Moreira, Moisés, Leônidas (Pojito) e Waltencir; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha, Nilson Dias (Careca), Jairzinho e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
PORTUGUESA: Otávio, Bruno, Valtinho, Zeca e Beto; Chiquinho e Mário Breves; Gilbert (Zoé), Jorge, Miguel e Marcos (Binha).

BOTAFOGO 2 x 0 SÃO CRISTÓVÃO
Data: 12/07/1970
Local: Figueira de Melo, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: José Aldo Pereira
Público e renda: 4.417 / Cr$ 23.375,00
Gols: Paulo César Lima e Jairzinho
BOTAFOGO: Cao, Moreira, Moisés, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha, Nilson Dias (Careca), Jairzinho e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
SÃO CRISTÓVÃO: Franz, Triel, Celso, Dias e Ari; Mafra e Jedir; Robertinho, Jurandir, Airton (Sá) e Adilson.

BOTAFOGO 2 x 0 OLARIA
Data: 15/07/1970
Local: General Severiano, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Carlos Costa
Público e renda: 6.542 / Cr$ 37.732,50
Gols: Paulo César Lima e Nei Conceição
BOTAFOGO: Cao, Moreira, Moisés, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha, Roberto (Nilson Dias), Jairzinho e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
OLARIA: Pedro Paulo, Mura, Miguel, Válter e Altivo; Fernando e Valinhos; Nado, Humberto (Pirulito), Acelino (Pinho) e Torino.

BOTAFOGO 3 x 0 CAMPO GRANDE
Rodada dupla com América x Portuguesa
Data: 18/07/1970
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Antônio Viug
Renda: Cr$ 29.228,00
Gols: Carlos Roberto, Moreira e Paulo César Lima
BOTAFOGO: Cao, Moreira, Moisés, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha, Roberto (Careca), Jairzinho (Nilson Dias) e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
CAMPO GRANDE: Sanches, Vicente, Biluca, Geneci e Jorge Correia; Adilson e Alves; Pingo, Nodir, Gil e Zezinho (Almir).

BOTAFOGO 2 x 3 AMÉRICA
Rodada dupla com Portuguesa x Campo Grande
Data: 22/07/1970
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Armando Marques
Renda: Cr$ 45.449,50
Gols: Ferretti e Nilson Dias / Edu, Jeremias e Tarciso
BOTAFOGO: Cao, Moreira, Moisés, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha, Ferretti, Careca e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
AMÉRICA: Helinho, Paulo César (Djair), Alex, Aldeci e Zé Carlos; Badeco e Renato; Tarciso, Jeremias (Tadeu), Edu e Sarão.

BOTAFOGO 0 x 0 VASCO DA GAMA
Rodada dupla com Madureira x Bonsucesso
Data: 26/07/1970
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: José Aldo Pereira
Renda: Cr$ 214.369,00
BOTAFOGO: Cao, Moreira, Moisés, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha, Ferretti (Careca), Nilson Dias e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
VASCO DA GAMA: Andrada, Fidélis, Renê, Moacir e Batista; Alcir e Buglê (Ademir); Luís Carlos, Jailson, Silva e Gilson Nunes (Valfrido).

BOTAFOGO 2 x 0 MADUREIRA
Data: 29/07/1970
Local: General Severiano, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Carlos Costa
Renda: Cr$ 15.247,50
Gols: Ferretti e Nilson Dias
BOTAFOGO: Cao, Moreira, Moisés (Zé Carlos), Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha, Ferretti (Rogério), Nilson Dias e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
MADUREIRA: Paulo Roberto, Ivan, Leléu, Silva e Edmar; Pitico e Teles; Cléber (Balinha), Luís Carlos, Osni e Diogo.

BOTAFOGO 1 x 0 BONSUCESSO
Data: 04/08/1970
Local: Teixeira de Castro, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: José Mário Vinhas
Público e renda: 2.776 / Cr$ 13.797,50
Gol: Paulo César Lima
BOTAFOGO: Cao, Moreira, Zé Carlos, Leônidas (Careca) e Waltencir; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha, Ferretti, Nilson Dias (Rogério) e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
BONSUCESSO: Tião, Moisés, Orlando, Dutra e Romero; Zé Mário, Chiquinho e Gibira; Moreira, Ernâni e Jair Pereira.

BOTAFOGO 1 x 2 BANGU
Rodada dupla com Olaria x São Cristóvão
Data: 08/08/1970
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Armando Marques
Público e renda: 6.767 / Cr$ 22.751,50
Gols: Roberto / Vanderlei e Amauri
BOTAFOGO: Cao, Moreira, Zé Carlos, Nei Conceição e Waltencir; Carlos Roberto e Careca; Zequinha, Roberto (Nilson Dias), Ferretti (Rogério) e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
BANGU: Roni, Cabrita, Sidcley, Morais e Bauer; Vanderlei e Didinho (Nenê da Guia); Amauri, Almiro, Dé e Aladim. Técnico: Flávio Costa.

BOTAFOGO 1 x 1 FLAMENGO
Rodada dupla com Bonsucesso x São Cristóvão
Data: 15/08/1970
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Arnaldo César Coelho
Renda: Cr$ 188.380,50
Gols: Nei Conceição / Adãozinho
BOTAFOGO: Cao, Moreira, Moisés, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha (Rogério), Roberto, Jairzinho e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
FLAMENGO: Sidnei, Murilo, Washington, Reyes e Paulo Henrique; Liminha e Zanata; Ademir, Nei, Fio (Adãozinho) e Caldeira (Rodrigues Neto).

BOTAFOGO 2 x 1 FLUMINENSE
Rodada dupla com Madureira x América
Data: 23/08/1970
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Armando Marques
Renda: Cr$ 277.779,00
Gols: Rogério e Jairzinho / Flávio
BOTAFOGO: Ubirajara Motta, Moreira, Moisés, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha (Rogério), Roberto, Jairzinho e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
FLUMINENSE: Félix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antônio; Denilson e Didi; Cafuringa, Flávio, Samarone (Jair) e Lula.

BOTAFOGO 1 x 0 OLARIA
Rodada dupla com Fluminense x Madureira
Data: 29/08/1970
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: José Aldo Pereira
Renda: Cr$ 53.623,50
Gol: Careca
BOTAFOGO: Ubirajara Motta, Moreira, Moisés, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Nei Conceição; Zequinha (Rogério), Roberto, Jairzinho e Careca. Técnico: Zagalo.
OLARIA: Pedro Paulo, Mura, Miguel, Altivo e Alfinete; Fernando (Gessê) e Danilo Menezes; William (Oto), Humberto, Acelino e Torino.

BOTAFOGO 3 x 1 CAMPO GRANDE
Data: 02/09/1970
Local: São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Carlos Costa
Renda: Cr$ 6.910,00
Gols: Jairzinho (2) e Roberto Clair
BOTAFOGO: Ubirajara Motta, Moreira, Moisés (Zé Carlos), Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto (Pojito) e Nei Conceição; Zequinha, Roberto, Jairzinho e Careca. Técnico: Zagalo.
CAMPO GRANDE Sanches (Zaire), Zezinho, Valdez, Geneci e Almir; Pingo e Ademir; Amoroso (Mica), Alves, Clair e Nodir.

BOTAFOGO 0 x 1 MADUREIRA
Rodada dupla com Fluminense x Olaria
Data: 09/09/1970
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: José Aldo Pereira
Renda: Cr$ 39.707,00
Gol: Luís Carlos
BOTAFOGO: Ubirajara Motta, Moreira, Moisés, Leônidas e Waltencir; Arlindo (Careca) e Nei Conceição; Zequinha, Roberto (Nilson Dias), Jairzinho e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
MADUREIRA Paulo Roberto, Ivan, Leléu, Silva e Edmar; Pitico e Teles; Cléber (Dorival), Luís Carlos, Osni e Diogo.

BOTAFOGO 3 x 0 FLAMENGO
Rodada dupla com Fluminense x Campo Grande
Data: 12/09/1970
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: José Mário Vinhas
Renda: Cr$ 96.185,00
Gols: Paulo César Lima, Jairzinho e Reyes (contra)
BOTAFOGO: Ubirajara Motta, Moreira, Moisés (Zé Carlos), Leônidas e Waltencir; Nei Conceição e Careca; Zequinha, Nilson Dias, Jairzinho (Ferretti) e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
FLAMENGO Sidnei, Onça, Washington, Reyes e Rodrigues Neto; Liminha e Zanata; Ademir (Doval), Nei, Fio e Caldeira.

BOTAFOGO 1 x 2 VASCO DA GAMA
Rodada dupla com Campo Grande x Madureira
Data: 17/09/1970
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: José Aldo Pereira
Renda: Cr$ 245.512,00
Gols: Ferretti / Gilson Nunes e Moisés (contra)
BOTAFOGO: Ubirajara Motta, Moreira, Moisés, Leônidas e Waltencir (Botinha); Nei Conceição e Careca; Zequinha, Nilson Dias (Ferretti), Jairzinho e Paulo César Lima. Técnico: Zagalo.
VASCO DA GAMA Élcio, Fidélis, Renê, Moacir e Eberval; Alcir e Buglê; Luís Carlos (Ademir), Valfrido, Silva e Gilson Nunes.

BOTAFOGO 0 x 0 AMÉRICA
Data: 19/09/1970
Local: Gávea, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Carlos Costa
Público e renda: 903 / Cr$ 4.885,00
BOTAFOGO: Ubirajara Motta, Moreira, Moisés, Osmar e Botinha; Nei Conceição e Arlindo; Zequinha, Nilson Dias, Ferretti e Careca. Técnico: Zagalo.
AMÉRICA-Rio de Janeiro Jonas, Paulo César, Tião, Mareco e Zé Carlos; Badeco e Renato; Antônio Carlos, Tarciso, Salvador e Paulinho (Lima).




segunda-feira, 23 de outubro de 2023

O DUELO DOS CAMPEÕES ESTADUAIS EM 1931




O aguardado encontro entre os campeões dos dois maiores centros esportivos do Brasil, o S. C. Corinthians Paulista e o Botafogo F. C., respectivamente campeões de São Paulo e do Rio de Janeiro no ano de 1930, aconteceu nos dias 2 de abril e 6 de maio de 1931.
Para o primeiro jogo, a delegação do Botafogo chegou a São Paulo no dia 1º de abril.
O jogo em São Paulo não foi dos melhores. Pouco antes de começar o jogo, o tempo se modificou, caindo uma chuva torrencial, deixando o campo sem as condições propícias para um jogo dessa importância, impedindo os jogadores de desenvolverem toda a sua técnica. É bom frisar que o campo da Floresta esteve interditado no domingo anterior ao jogo também por conta da chuva.
O Botafogo entrou primeiramente em campo, com a seguinte formação: Pedrosa, Benedicto e Hermínio; Burlamaqui, Martim e Pamplona; Ariza, Benevenuto, Octacílio, Nilo e Celso. O técnico era Nicolas Ladanyi.
Depois, Adalberto substituiria Ariza e Ariel entrou no lugar de Benevenuto.
Os corinthianos ingressaram no campo com estas modificações: na extrema esquerda, em lugar de De Maria, Antoninho fazia sua estréia; no centro, substituindo Gambinha, o veterano Viola, que já defendeu as cores do Syrio. A formação completa foi esta: Tuffy, Grané e Del Debbio; Leone, Guimarães e Munhoz; Filó, Figueiredo, Viola, Rato e Antoninho. Técnico: Virgílio Montarini.
Foi árbitro da partida Virgilio Fedrighi, muito conhecido nos meios esportivos cariocas.
O jogo teve início dez minutos antes das 16 horas, notando-se, desde logo, a firmeza dos cariocas, que procuravam conquistar uma vantagem inicial.
Muito homogêneo e muito rápido o quadro do Botafogo, contando com elementos que combinavam as jogadas com relativa precisão.
Mesmo com Tuffy não estando em um de seus melhores dias, rebatendo muito mal os tiros dos jogadores botafoguenses, o clube carioca não conseguiu marcar.
Coube ao extrema direita Filó a marcação do primeiro gol da tarde, vinte minutos depois de iniciado o jogo.
No segundo tempo, o Corinthians melhorou e, depois de várias tentativas, Figueiredo assinalou o segundo gol do campeão paulista.
Note-se que o Botafogo, mesmo em situação desvantajosa, não esmoreceu um só instante. A sua linha de avantes deu muito trabalho à defesa do Corinthians. Guimarães, Del Debbio e Tuffy não tiveram descanso. Ocasiões houve em que era patente o domínio dos visitantes.
Os destaques do Corinthians foram Filó e Rato, por seus esforços individuais, auxiliados fracamente por Antoninho e Figueiredo.
No Botafogo, destacaram-se Martim, muito seguro e incansável; o goleiro Pedrosa não cometeu nenhuma falta; e mais Nilo e Celso, que fizeram perigar por várias vezes a meta de Tuffy.
O segundo jogo somente aconteceu mais de um mês depois.
A delegação do Corinthians chegou ao Rio de Janeiro na tarde de 5 de maio e foi recebida pelos dirigentes do Botafogo na Central do Brasil e hospedou-se no Hotel Riachuelo. Veio presidida pelos senhores Guido Giacominelli e Alfredo di Martella.
Sob a luz dos refletores do campo da rua General Severiano, o segundo jogo entre Botafogo e Corinthians foi realizado no dia 6 de maio de 1931, com início às 21:30 horas.
Os preços dos ingressos eram os seguintes: cadeiras numeradas, 15$000; arquibancadas, 5$000 e gerais, 3$000.
Os times entraram em campo assim formados:
BOTAFOGO: Pedrosa, Benedicto e Octacílio; Pamplona, Martim e Canalli; Ariza, Paulinho, Carvalho Leite, Nilo e Celso. Técnico: Nicolas Ladanyi.
CORINTHIANS: Colombo, Grané e Del Debbio; Leone, Guimarães e Munhoz; Filó, Napoli, Bertone, Rato e De Maria. Técnico: Vicente Montarini.
O jogo no primeiro tempo teve duas fases distintas: na primeira, o Botafogo teve sensível iniciativa dos ataques, tendo Colombo ocasião de fazer algumas defesas sensacionais em chutes de Nilo, Carvalho Leite e Paulinho. Depois, o Corinthians reagiu e o jogo ficou bem equilibrado, com ataques alternados até o final do tempo.
Aos 18 minutos de jogo, Octacílio para escorar uma arrancada de Filó, concede um escanteio. Filó bate bem e Bertone emenda com ótima cabeçada, marcando o primeiro gol do jogo para o Corinthians.
Aos 32 minutos, Nilo recebeu a bola de Martim, avançou, driblou Del Debbio e empatou o jogo.
O primeiro tempo terminou empatado em 1 x 1.
No 2º tempo, o Botafogo exerceu certa supremacia desde o início e aos poucos foi tomando conta do terreno até exercer acentuado domínio sobre o adversário.
Aos 5 minutos, Pamplona lança uma bola sobre a área. Colombo tenta alcançá-la mas a bola bate na trave e chega aos pés de Celso, que cruza para trás e Nilo marca o segundo gol do Botafogo.
Aos 15 minutos, Carvalho Leite sofre uma falta de Del Debbio, perto da área. Benedicto bate a falta com forte chute ao gol. Colombo não consegue deter a bola, do que se aproveita Carvalho Leite para marcar o terceiro gol do Botafogo.
Dois minutos após, Ariza livra-se de Munhoz e efetua um belo centro para a área, Nilo escora magistralmente de cabeça e marca o quarto gol do Botafogo.
Logo depois, o Corinthians substitui Colombo por Tuffy.
Três minutos após a substituição, Grané intercepta um passe e tenta atrasar a bola para Tuffy, mas faz de maneira errada. Paulinho entra e desvia a bola com um chute colocado, obtendo assim o quinto gol do Botafogo.
Aos 36 minutos de jogo, Nilo e Carvalho Leite combinam bem. Nilo recebe o passe dentro da área e em admirável “rush” dribla Grané e Del Debbio e aproxima-se do gol. Tuffy, em último recurso, sai, mas Nilo desvia a bola com um chute colocado marcando o sexto gol do Botafogo.
Faltavam dois minutos para terminar o jogo quando Carvalho Leite conseguiu driblar Del Debbio e arremessar forte, no canto de Tuffy, para marcar o sétimo e último gol do Botafogo.
O placar de 7 x 1 diz bem da superioridade do campeão carioca, que obteve uma vitória incontestável, legítima e bastante significativa.
É justo salientar na equipe do Botafogo a atuação magnífica de Nilo, talvez o mais perfeito “forward” da América do Sul no presente momento. Celso e Paulinho na linha e Pamplona e Benedicto na defesa foram outros elementos de destaque. Do Corinthians, os melhores foram Guimarães, Munhoz, Rato e Napoli.
Atuou como árbitro Vitório Silvestre Teixeira, do S. C. Internacional, de São Paulo.

Fontes:
Estado de S. Paulo
Jornal do Brasil.


sábado, 21 de outubro de 2023

BOTAFOGUENSES ANÔNIMOS: Papetti


Héctor Papetti nasceu em Rosário, na Argentina, em 8 de junho de 1914.
Começou a jogar futebol num clube sem maiores projeções, defendendo as cores do Intermedio Atlético de Calçada. Ainda muito jovem passou para o Newell's Old Boys, também de Rosário. Depois foi para o Provincial F. C. e lá ficou até 1938.
Quando os clubes de Buenos Aires começaram a fazer grandes ofertas para contratarem as jovens promessas do interior, Papetti achou que era a hora certa para deixar sua cidade natal.
Foi aí que surgiu o Gimnasia y Esgrima com uma proposta tentadora e o levou. Jogou apenas duas partidas em 1938, o suficiente para perceber que o clube não tratava bem seus profissionais e resolveu voltar para Rosário.
Estava inclinado a abandonar a carreira de jogador de futebol, quando ficou sabendo que fôra vendido ao Platense. Como acontecera no Gimnasia y Esgrima, também no Platense Papetti teve muitos desgostos. Em todo caso, conseguiu resistir um ano, revezando nas atuações entre a primeira e a segunda divisões. De repente, contundiu-se e foi dado como incapacitado para o futebol.

Foi quando surgiu o convite do Esporte Clube Bahia para ir jogar em Salvador. Carlos Wildberger, tricolor fanático, rico, assumiu a presidência do clube em 1940 e pelo clube fez de tudo, inclusive sendo o responsável por levar um trio estrangeiro que viria a fazer sucesso no clube e formou a linha média de ficaria famosa na história do futebol baiano: Papetti, Bianchi e Avalle.
No dia 6 de abril de 1940, Papetti e Avalle (que era italiano) desembarcavam em Salvador, vindos de Buenos Aires (Dante Bianchi viria logo depois).
No dia 14 de abril, Papetti treinou pela primeira vez no Esporte Clube Bahia. Estreou uma semana depois, 21 de abril, em jogo amistoso contra o Ypiranga, no campo da Graça, com vitória de 2 x 0. O Bahia formou com Maia (Menezes), Bahiano e Pitangueiras; Papetti, Alheiros e Avalle; Luiz Viana (Dedé), Tintas, Vareta, Capi e Zé Lago.
De forma oficial, estreou num BA-VI (Bahia x Vitória), pelo 1º turno do Campeonato Baiano de 1940, com empate em 1 x 1.
Como a situação de estrangeiro ainda não estava legalizada, no dia 23 de outubro de 1940 Papetti foi preso pelo Serviço de Estrangeiros, ficando incomunicável. Foi posto em liberdade 15 dias depois.

O Bahia foi campeão invicto em 1940. No ano seguinte, o Bahia chegou a ganhar o Torneio Início, mas, sem que esperassem, o clube quase foi à falência e, com isso, acabou sendo despejado de sua sede, na avenida Princesa Isabel, por falta de pagamento dos aluguéis, os troféus foram levados para a casa de Mário Sandes e os atletas instalados numa pensão à Ladeira do São Bento.
Curiosamente, em 1940 jogou uma partida pelo rival Vitória, em amistoso contra a Seleção Baiana que se preparava para o Campeonato Brasileiro daquela temporada.
Mesmo com toda essa crise, o Bahia disputou o campeonato baiano de 1941, chegando na segunda colocação.
Em 1º de fevereiro de 1942, em jogo válido pelo 2º turno do campeonato baiano de 1941, empate em 2 x 2 com o Ypiranga, Papetti disputaria sua última partida pelo tricolor baiano, tomando a decisão de retornar para a Argentina.
No Bahia, Papetti disputou 62 jogos, marcando dois gols.
De volta para a Argentina, Papetti resolveu descer no Rio de Janeiro, para conhecê-lo melhor. Quando estava num café, ficou conhecendo Abel Picabéa, argentino que era o treinador do São Cristóvão, que, entre uma conversa e outra, convidou-o a aparecer em Figueira de Mello.

Foi e quando lá chegou, só encontrou vaga no time reserva, onde foi testado numa posição em que ainda não havia atuado e logo se transformou na atração do treino, fazendo com que Picabéa o passasse para o time titular. A convite de Papetti, também apareceu no São Cristóvão Dante Bianchi, a quem também foi dada uma oportunidade, fazendo com que Papetti passasse a jogar de center-half e Bianchi de "asa médio", inverso do que acontecera no Bahia.
De forma oficiosa, Papetti estreou no São Cristóvão no amistoso contra o América, em Campos Salles, no dia 31 de março de 1942, com derrota de 3 x 2. Oficialmente, fez seu primeiro jogo no clube no dia 3 de maio de 1942, em jogo válido pelo Campeonato Carioca desse ano, com vitória de 4 x 0 sobre o Canto do Rio. A formação do São Cristóvão foi a seguinte: Oncinha, Augusto e Mundinho; Papetti, Dodô e Castanheira; Santo Cristo, Salim, Alfredo, Nestor e Magalhães.
O desconhecido Papetti transformou-se na grande revelação do campeonato carioca. Nem o badalado argentino Spinelli, do Fluminense, logrou suplantá-lo no primeiro ano de atuação no São Cristóvão.
Como sempre fazia, assinou contrato de um ano e com passe livre. Estava muito bem no São Cristóvão, a quem considerava uma família, foi campeão do Torneio Municipal de 1943, mas suas boas atuações passaram a despertar o interesse de outros clubes do Rio de Janeiro e até de São Paulo.
Nos anos de 1942 e 1943, o São Cristóvão chegou a disputar o título com os favoritos. Foi quarto em 1942 e terceiro em 1943, três pontos atrás do campeão Flamengo e um do vice-campeão Fluminense.
Quando perguntado, disse: “Em deixando o São Cristóvão, um só clube me entusiasma para vestir sua camisa. Este clube é o Botafogo!”
Depois de participar de uma excursão do São Cristóvão ao Norte/Nordeste do Brasil (de 26.12.1943 a 05.03.1944), Papetti se apresentou ao Botafogo, com o reconhecimento por parte da maioria dos críticos como o melhor center-half do campeonato carioca de 1943.
No Botafogo a estreia de Papetti aconteceu no dia 15 de abril de 1944, em jogo válido pelo Torneio Municipal, no estádio das Laranjeiras, com goleada de 6 x 0 sobre o Bangu. O Botafogo formou com Ary, Laranjeira e Lusitano; Zarcy, Papetti e Santamaria; Renê, Geninho, Heleno de Freitas, Limoeirinho e Walter Fazzoni. Técnico: Martim Silveira.
Não conquistou títulos com o Botafogo. Disputou um total de 47 jogos, sem marcar gols. Sua última partida com a camisa do Botafogo foi em 18 de agosto de 1946, na Gávea, com empate em 2 x 2 com o Flamengo, válido pelo Campeonato Carioca desse ano. O Botafogo atuou com Ary, Gerson dos Santos e Sarno; Ivan, Papetti e Nilton Senra; Nilo, Tovar, Heleno de Freitas, Geninho e Braguinha. Técnico: Martim Silveira.
No começo de 1947, se apresentaria ao América, de Belo Horizonte (MG), iniciando as atividades como treinador, ocupando ao mesmo tempo o centro da linha média do clube mineiro. Sua estreia, como treinador, aconteceu em 2 de fevereiro de 1947, no amistoso contra o Sete de Setembro (2 x 2), no campo da Alameda.
Em 24 de agosto de 1947, em Divinópolis-MG, o América venceu o Ferroviário local, por 4 x 2, com Papetti formando na linha média ao lado de Luiz e Negrinhão.
Retornou para a Argentina, onde foi treinador de futebol, tendo dirigido, entre outros, o C. A. Sarmiento, em 1968.

Fontes: Bahêa na História, História do Campeonato Carioca 1906-1976, de Júlio Bovi Diogo e Rodolfo Pedro Stella Junior, Jornal dos Sports, O Canto do Coelho, O Globo Sportivo e Sport Ilustrado.
Fotos: O Globo Sportivo e Sport Ilustrado.



quarta-feira, 18 de outubro de 2023

O BOTAFOGO NO CAMPEONATO CARIOCA DE 1928





BOTAFOGO 13 x 1 VILA ISABEL
Data: 08/04/1928
Local: General Severiano
Árbitro: Octávio de Almeida (Jaburu)
Gols: Benedicto (5), Juca da Praia (3), Neco (2), Aché (2) e Ariza / Rogério (contra).
BOTAFOGO: Neiva, Rogério e Octacílio; Cotia, Aguiar e Pamplona; Ariza, Neco (Henrique), Juca da Praia, Aché e Benedicto.
VILA ISABEL: Cotta, Jobel e Orlando; Ferreira, Adolpho e Dutra; Oswaldo, Aracino, Anthero, Cecy e Sylvio.
 
BOTAFOGO 2 x 2 BANGU
Data: 15/04/1928
Local: Rua Ferrer
Árbitro: Fernando Gonçalves da Silva
Gols: Ariza e Alkindar / Plínio e Ladislau
BOTAFOGO: Neiva, Octacílio e Orlando; Rogério, Cotia e Pamplona; Ariza, Neco, Juca da Praia (Alkindar), Aché e Benedicto.
BANGU: Princesa, Aragão e Conceição; Luiz Antônio, Fausto e Eduardo; Plínio, Ladislau, Santana, Médio e Antenor. Técnico: Vicente Jaconiani.
Obs.: O Bangu perdeu os pontos desse jogo por ter incluído o jogador João Pinto de Aragão, que estava irregular.
 
BOTAFOGO 1 x 3 FLUMINENSE
Data: 22/04/1928
Local: General Severiano
Árbitro: Honório Mesquita
Gols: Ariza / Preguinho, Alfredinho e Lagarto
BOTAFOGO: Neiva, Octacílio e Orlando; Rogério, Cotia e Pamplona; Ariza, Neco, Juca da Praia (Alkindar), Aché e Benedicto.
FLUMINENSE: Coutinho, Paulo e Py; Nascimento, Fernando Giudicelli e Albino; Ripper, Lagarto, Alfredinho, Preguinho e Millon.
 
BOTAFOGO 1 x 3 FLAMENGO
Data: 06/05/1928
Local: General Severiano
Árbitro: Oswaldo Travassos Braga  
Gols: Pamplona / Fragoso (2) e Agenor
BOTAFOGO: Neiva, Octacílio e Orlando; Rogério, Aguiar e Pamplona; Ariza, Neco (Alkindar), Nilo (Cotia), Aché e Claudionor.
FLAMENGO: Amado, Hélcio e Roseira; Benevenuto, Cabral e Flávio Costa; Cristolino, Vadinho, Fragoso, Agenor e Moderato.
 
BOTAFOGO 2 x 2 ANDARAHY
Data: 13/05/1928
Local: General Severiano
Árbitro: Otto Gonçalves
Gols: Ariza e Aché / Bethuel e Telê
BOTAFOGO: Clóvis, Vairão e Octacílio; Cotia (Rogério), Aguiar e Pamplona; Ariza, Nilo, Benedicto, Aché e Neco.
ANDARAHY: Kuntz, Juvenal e Malta; Lemos, Nicolino e Império; Bethuel, Telê, Álvaro, Barcellos e Cid.
 
BOTAFOGO 1 x 0 BRASIL
Data: 20/05/1928
Local: General Severiano
Árbitro: Eduardo Pinto da Fonseca Filho
Gol: Ariza
BOTAFOGO: Clóvis, Octacílio e Alemão; Rogério, Aguiar e Pamplona; Ariza, Juca da Praia, Benedicto, Aché (Claudionor) e Neco.
BRASIL: Joãozinho, Bianco e Raymundo; Zezé, Lincoln e Nilo; Waldemar, Bira, Coelho, Nelson e Octávio.
 
BOTAFOGO 4 x 4 SÃO CRISTÓVÃO
Data: 27/05/1928
Local: Figueira de Melo
Árbitro: Francisco Alberto Costa
Gols: Juca da Praia (2), Rogério e Claudionor / Renato (2), Bahianinho e Claudionor
BOTAFOGO: Clóvis, Octacílio e Alemão; Cotia, Aguiar e Pamplona; Henrique, Benedicto, Rogério, Aché (Juca da Praia) e Claudionor.
SÃO CRISTÓVÃO: Balthazar, Jaburu (Lúcio) e Zé Luiz; Waldo, Henrique e Ernesto; Tinduca, Renato (Luiz Vinhaes), Vicente, Bahianinho e Theóphilo.
 
BOTAFOGO 1 x 2 AMÉRICA
Data: 03/06/1928
Local: General Severiano
Árbitro: João de Deus Candiota
Gols: Rogério / Oswaldinho e Floriano
BOTAFOGO: Clóvis, Alemão e Octacílio; Cotia, Aguiar e Pamplona; Ariza, Benedicto (Juca da Praia), Rogério, Almir e Claudionor.
AMÉRICA: Joel, Pennaforte e Hildegardo; Hermógenes, Floriano e Walter; Gilberto, Oswaldinho, Peres, Mineiro e Celso.
 
BOTAFOGO 1 x 1 VASCO DA GAMA
Data: 17/06/1928
Local: São Januário
Árbitro: José Luiz Paredes  
Gols: Juca da Praia / Américo
BOTAFOGO:
1º dia: Neiva, Alemão e Octacílio; Cotia, Aguiar e Pamplona; Ariza, Benedicto, Rogério, Juca da Praia e Claudionor.
2º dia: Renato Pessoa, Octacílio e Rogério; Cotia, Aguiar e Pamplona; Ariza, Nilo, Almir, Juca da Praia e Benedicto.
VASCO DA GAMA:
1º dia: Jaguaré, Espanhol e Itália; Rainha, Nesi (Claudionor "Bolão" e Mola; Paschoal, Torterolli, Russinho, Américo e Patrício.
2º dia: Jaguaré, Hespanhol e Itália; Brilhante, Claudionor "Bolão" e Molla; Paschoal, Badu, Russinho, Américo e Patrício.
Obs.: Jogo suspenso faltando 39 minutos para o seu encerramento. Os torcedores invadiram o campo logo após o árbitro ter anulado um gol do Vasco da Gama, feito por Américo, que cometeu falta no goleiro do Botafogo. O restante do jogo foi disputado no dia 20.09.1928, com arbitragem de Gilberto de Almeida, quando o Vasco da Gama conseguiu o empate.
 
BOTAFOGO 5 x 1 VILA ISABEL
Data: 01/07/1928
Local: Rua Paysandu
Árbitro: Francisco Alberto da Costa
Gols: Ariza (3), Claudionor e Juca da Praia / Henrique
BOTAFOGO: Renato Pessoa, Alemão e Octacílio; Cotia (Vairão), Aguiar e Pamplona; Ariza, Hamilton, Rogério, Juca da Praia e Claudionor.
VILA ISABEL: Briani, Jobel e Sá Pinto; Orlando, Marcelo e Pedro Reis; Oswaldo, Mário Pinho, Fernando, Octávio e Henrique.
 
BOTAFOGO 1 x 0 BANGU
Data: 08/07/1928
Local: General Severiano
Árbitro: Otto Bandusch
Gol: Rogério
BOTAFOGO: Baby Campos, Alemão (André) e Octacílio; Cotia, Aguiar e Pamplona; Ariza, Hamilton (Benedicto), Rogério, Juca da Praia e Claudionor.
BANGU: Floriano, Conceição e Áureo; Zé Maria, Fausto e Coquinho; Plínio, Ladislau, Eduardo, Ennes (Médio) e Nicanor. Técnico: Vicente Jaconiani.
 
BOTAFOGO 2 x 3 FLUMINENSE
Data: 05/08/1928
Local: Rua Guanabara, Laranjeiras
Árbitro: Jayme Barcellos  
Gols: Rogério e Alemão / Millon, Ripper e Alfredinho
BOTAFOGO: Neiva, Alemão e Octacílio; Cotia, Aguiar e Pamplona; Ariza, Benedicto, Rogério, Juca da Praia (Nilo) e Claudionor.
FLUMINENSE: Batalha, Paulo e Py; Nascimento, Fernando Giudicelli e Albino (Ivan Mariz); Ripper, Lagarto, Alfredinho, Preguinho e Millon. Técnico: Eugênio Medgyessi.
 
BOTAFOGO 2 x 4 FLAMENGO
Data: 19/08/1928
Local: Rua Paysandu
Árbitro: Oswaldo Travassos Braga  
Gols: Aguiar e Nilo / Vadinho (2), Chagas e Agenor
BOTAFOGO: Foca, Alemão (André) e Octacílio; Cotia, Aguiar e Pamplona; Ariza, Nilo, Rogério, Juca da Praia e Claudionor (Benedicto).
FLAMENGO: Amado, Couto e Hélcio; Favorino (Rubens), Flávio Costa e Benevenuto; Christolino, Chagas, Vadinho, Agenor e Moderato.
 
BOTAFOGO 4 x 1 ANDARAHY
Data: 26/08/1928
Local: Rua Prefeito Serzedelo Corrêa
Árbitro: João Luiz Dias Ferreira
Gols: Benedito (2), Aguiar e Nilo / Telê
BOTAFOGO: Renato Pessoa, Octacílio e Orlando; Cotia, Aguiar e Pamplona; Ariza, Nilo, Rogério (Alkindar), Juca da Praia e Benedicto.
ANDARAHY: Jayme, Raul e Barcellos; Ferro, Moysés (Nicolino) e Júlio; Bethuel, Popó, Ramiro (Gilabert), Telê e Cid.
 
BOTAFOGO 3 x 0 BRASIL
Data: 09/09/1928
Local: Rua Paysandu
Árbitro: Horácio Rhodes da Silva  
Gols: Nilo (2) e Pamplona
BOTAFOGO: Renato Pessoa, Octacílio e Orlando; Cotia, Aguiar e Pamplona; Ariza, Nilo, Rogério (Claudionor), Juca da Praia e Benedicto.
BRASIL; Joãozinho, Raymundo e Bianco; Waldemar, Arthurzinho e Nilo; Nelson, Byra, Octávio, Coelho e Amadeu.
 
BOTAFOGO 2 x 1 SÃO CRISTÓVÃO
Data: 23/09/1928
Local: General Severiano
Árbitro: Francisco Lobo
Gols: Benedito e Almir / Bahianinho
BOTAFOGO: Renato Pessoa, Octacílio e Orlando; Cotia (Juca da Praia), Aguiar e Pamplona; Ariza, Nilo, Rogério, Almir e Benedicto.
SÃO CRISTÓVÃO: Balthazar, Zé Luís e Jaburu; Julinho, Henrique e Ernesto; Tinduca, João, Vicente, Baianinho e Theóphilo.
 
BOTAFOGO 2 x 2 AMÉRICA
Data: 30/09/1928
Local: Campos Sales
Árbitro: Artur de Moraes
Gols: Nilo e Cotia / Mineiro e Cotia (contra)
BOTAFOGO: Renato Pessoa, Póvoa (Orlando) e Octacílio (Jerônimo); Cotia, Aguiar e Pamplona; Ariza, Nilo, Rogério, Juca da Praia e Benedicto (Henrique).
AMÉRICA: Joel, Pennaforte e Hildegardo; Hermógenes, Floriano e Walter (Hugo); Gilberto, Miro, Sobral (Mário Pinto), Mineiro e Celso.
Obs.: Por ter o Botafogo escalado um jogador sem condições, o América ganhou os pontos.
 
BOTAFOGO 5 x 1 SYRIO E LIBANEZ
Data: 12/10/1928
Local: General Severiano
Árbitro: Jayme Barcellos  
Gols: Nilo (2), Almir, Rogério e Juca da Praia / Esperidião
BOTAFOGO: Renato Pessoa, Octacílio e Orlando Pessoa; Cotia, Aguiar e Pamplona; Ariza, Nilo, Rogério (Juca da Praia), Almir e Benedicto.
SYRIO E LIBANEZ: Princesa, Gigante e Jayme; Arthur, Lolô e Rodrigues; Álvaro, Esperidião, Fernando Botafogo, Baiano e Miro.
 
BOTAFOGO 3 x 1 VASCO DA GAMA
Data: 21/10/1928
Local: Rua Guanabara, Laranjeiras
Árbitro: Arthur Antunes de Moraes e Castro "Laís"
BOTAFOGO: Renato Pessoa (Neiva), Octacílio e Orlando Pessoa; Cotia, Aguiar e Pamplona; Ariza, Nilo, Rogério, Juca da Praia e Benedicto.
VASCO DA GAMA: Jaguaré, Hespanhol e Itália; Brilhante, Nesi (Claudionor "Bolão") e Mola; Paschoal, Pepico, Russinho, Américo e Sant’Anna.
Gols: Benedicto (2) e Rogério / Russinho
Obs.: Renato Pessoa foi expulso; pelo regulamento da época, jogador expulso podia ser substituído.