quinta-feira, 8 de junho de 2023

CURIOSIDADES ALVINEGRAS: o General Severiano





Não se pode contar a história do Botafogo sem passar pelo estádio da rua General Severiano. Em 13 de maio de 1913, o Botafogo disputou ali pela primeira vez um jogo, contra o Flamengo. Venceu por 1 x 0, com gol de Mimi Sodré.
Vinte e quatro anos depois, o estádio passou por reformas e ganhou arquibancadas de cimento. No dia 28 de agosto de 1938, foi reinaugurado com uma partida em que o Botafogo bateu o Fluminense por 3 x 2.
No entanto, na década de 70, o Botafogo perdeu a posse de General Severiano, o que gerou a demolição de parte de sua estrutura. Em 1990, o terreno foi recomprado.
Mas, quem foi o General Severiano?
Médico, militar, político, escritor, historiador e diplomata brasileiro, João Severiano da Fonseca, o General Severiano, nasceu na antiga cidade de Alagoas, hoje Marechal Deodoro, no Estado de Alagoas, no dia 27 de maio de 1836.
Primeiro médico general do Exército brasileiro e patrono do Serviço de Saúde do Exército, João Severiano foi um dos oito filhos homens do tenente-coronel Manuel Mendes da Fonseca e senhora Rosa Maria Paulina da Fonseca, um deles, Manuel Deodoro da Fonseca, general proclamador da República e seu primeiro Presidente.
Não seguiu, de imediato, a carreira das Armas, matriculando-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se diplomou em Medicina (1860) e doutorou-se (1862). Ingressou no Corpo de Saúde do Exército (1862), no posto de 2º tenente, como cirurgião, seguindo a carreira até ser promovido a general-de-brigada (1890), tornando-se o primeiro médico general do Exército Brasileiro.
Chegou ao mais alto cargo do Corpo de Saúde, com o título de inspetor-geral do Serviço de Saúde do Exército. Durante este período participou dos serviços médicos na Campanha do Uruguai e na Campanha da Tríplice Aliança.
Ao longo de sua carreira, publicou vários livros sobre diversos assuntos e recebeu diversas condecorações. Chefiou a enfermaria da Escola Militar da Praia Vermelha e foi cirurgião-chefe do Hospital Militar da Corte.
Passou a integrar a Academia Imperial de Medicina como membro efetivo (1880), sendo o primeiro militar agraciado com essa honra e também foi o único oficial do Corpo de Saúde condecorado com a Ordem do Cruzeiro. Neste mesmo ano integrou-se ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Pertenceu ainda a várias outras agremiações literárias e científicas, entre as quais o Instituto de França, o Instituto Farmacêutico do Rio de Janeiro, as sociedades de Geografia do Rio de Janeiro, de Lisboa e de Madri, o Instituto Arqueológico Alagoano, o Ateneu de Lima e o Instituto Médico Brasileiro.
Foi nomeado professor da cadeira de Ciências Físicas e Naturais do Imperial Colégio Militar (1889). Tornou-se membro do Conselho Superior Militar de Justiça (1890) e, no ano seguinte, elegeu-se senador e afastou-se da ativa. Retornou à Inspetoria-Geral (1895) e faleceu no dia 7 de novembro de 1897, no Rio de Janeiro.
Escolhido Patrono do Serviço de Saúde (1940), homologado em decreto de 13 de março de 1962, curiosamente um ano em que o Botafogo foi campeão carioca.